01 junho 2006

O meu caminho



Agora que o Amor voltou a ser fogo em mim
acende-se o sonho de chegar ao fim
no meio vivo intensamente cada momento
por vezes incrédulo
mas confiante, tranquilo e alegre

Com os olhos da alma
despertos pela luz do carinho
eu procuro o meu caminho
que se vai desenhando devagarinho
e como criança pergunto
"ainda falta muito para chegar"

tenho um sonho
que pulsa no meu intimo
quero ser um portal
que permeia o conhecimento dos antigos
e o torna útil à evolução...agora

O meu Amor faz-me sonhar
e acreditar que o meu lugar está lá
à minha espera
e que o meu caminho
defino com cada escolha que faço hoje

Fico mais sereno e concentro-me
e sinto o fluxo dos eventos
receptivo e atento à linguagem do Universo
e escuto baixinho
um mermúrio como o som do Mar
trazido pelo vento do pensamento
que me faz vibrar

E no meu intimo volto a aceitar
que cada encruzilhada
cada tropeçadela
cada grito ou gargalhada
cada lágrima derramada
são como estrelas cintilantes na escridão
iluminando cada decisão
traçando um mapa da minha alma
que se revela como uma virgem apaixonada

Caminho sorrindo
com os pés na Terra
e a cabeça para lá das nuvens
e lembro o olhar de quem amo
que enche todo o espaço intermédio
Estou feliz por caminhar no meu caminho

Obrigado Universo
Usa-me...sou teu!

20 maio 2006

O poder de ser


O poder da magia
ou a magia do poder

O meu insenso em brasa
perfuma a minha pele
que é a minha armadura

a minha mente é a espada aguçada
que desbrava as trevas do inconsciente

e ilumina-se o ser interior...
reflectindo o brilho ofuscante
da lâmina afiada

Nasce a aurora do conhecimento
brotam as flores do solo
carente de luz e energia

brilham as formas rochosas
estáticas desde a origem
mães da dinâmica
que engendra o Universo

18 maio 2006

A menina da Lua


Perdido num sentimento
que me afogava o coração
já sem força para lutar
nem vontade de chorar

exaltei um pensamento
estendi os braços para a Lua
cheia de luz naquele momento
e pedi para ser amado...

Com um raio de Lua
uma bela menina se vestiu
olhou para mim e sorriu
encantou-me com a alma nua

beijou-me
como quem beija pela primeira vez
com um olhar envergonhado
e um toque delicado

tocou o meu coração
com o calor dum abraço
sentido, puro e desejado

renasci num dia de Luar
agora sou novo
muito novo

encontro-me outra vez
nas suas palavras doces
no entusiasmo dos sonhos
e dos gostos que partilhamos
nos limites do tempo
que se cuvou para nos juntar

Obrigado menina da Lua
por me fazeres sorrir
com o brilho do teu olhar

11 maio 2006

Quase 30 - em tom de desabafo



Como as despedidas de solteiro,
hoje festejo os últimos dias dos vintes
Faço um balanço da década que passou
Há dez anos
já era pai do bébé mais lindo
Marido da mulher mais bela
Cumplice dum Cosmos em Renovação
Era tudo tão lindo
que seria dificil manter-se assim para sempre
Deveria ser ainda a ilusão dos vinte
Que assentou em mim como uma luva
Sempre fui um sonhador
Construi castelos de cartas
na esperança que o vento não soprasse
Tornei-me naquilo que nunca fui
para poder ser o que não queria ser
perdi o que mais precisava
correndo atrás do pensava precisar
Sofri e fiz sofrer muito
Enchi um passado de péssimas memórias
com esperaça de que o futuro fosse melhor
e no presente...
pressinto...
sinto...
Que bom sentir de novo
estive longe do sentir
para poder pensar
em como ser
em como vencer
em como crescer
Que bom sentir de novo
tinha deixado de sentir
porque me magoava o sentimento
Agora magoa na mesma
mas a dor é a sombra do Amor
E ainda que doa
Amo ser quem sou

10 maio 2006

A Máscara do Amor


Alguém se esconde atrás daquela máscara
Que mostra um sorriso para toda a gente
Será o sorriso da mácara?
Ou será o que ele sente?
Talvez o sentir seja da máscara

Não quero mais ter que sorrir
para expressar o que sinto
Ou chorar ou gritar
Sentir o quê, para quem e porquê?
Que o meu silêncio seja veiculo do Amor
Daquele Amor que não se qualifica
Nem se explica, e quase não se sente

Serei eu gente como a gente?
Aquela gente que passa e leva o meu olhar
E com ele o desejo de Amar
E quando os olhos se refletem
Eu vejos em todos eles a mesma vontade de amar
Porque será o Amor proibido
ou restrito ao momento, forma ou coração

Estarei eu doente, com a doença do Amor
E cada Mulher bonita aumenta a minha dor
Preciso do antiduto para o veneno da paixão
Preciso dum carinho puro que me conforte
Quero um arrepio frio ou quente
Sem gelo
Simples ou com imaginação
Mas movido apenas p´lo prazer
p´lo prazer de ser Amado

07 maio 2006

O ser no não ser


Já não quero ser, nem ler
nem parecer que sei quem sou e não sei
Neste corpo em plena mudança
fica a dúvida de criança
Como e porquê ser?
E quando sou como sou
gostaria de ser diferente
Dizia um poeta, que
"mudam-se os tempos e mudam as vontades"
Nesta luta contra o tempo
batalha de momentos
com armas de sentimentos
onde as escolhas são
as vitórias e também as derrotas
Conquistei a espada do exército do Amor
e nos labirintos do prazer, deixei de me ver...
Como num sonho sem rumo...
Nem dominio...
E ali estava eu...
Como disse o Pessoa "face a face com o Mistério"
Ela é linda, o seu olhar penetrante
brilhante como estrelas na noite escura
O meu corpo com o dela se juntou
e ali ficou...vibrante
vivênciando aquele momento emocionante.
Mas o desejo era estranho
ao invés de excitação, de desejo sexual genital
eu só queria conseguir mergulhar naquele olhar
e navegar naquele infimo Oceano de ternura.
Não era sexo o que eu queria
Nem sei bem o que seria
Seria Amor......Ou simplesmente Alegria

06 maio 2006

Shiva - O Rei dos bailarinos


Quando danço sinto-me ser aquele bailarino intemporal, mas quando o sol nasce sinto a humanidade roubando de mim a divindade. E os defeitos e fraquesas fazem de mim um tonto num carrocel, em que as partes de mim me afastam do centro, desintegrado no mundo em mil fragmentos da minha existência. Sinto-te a fujir de mim ò Bailarino gracioso. Será ainda nesta vida que me fundo contigo.
Estou agora na dúvida...Mas Shiva sem Shakti é Shava.
Será a Shakti a inspiração para a dança...Sei que sim. E espero pela próxima lua para mais uma vez experimentar a Natureza na sua forma mais pura e sensual.

01 maio 2006

O que os olhos não vêem o coração pressente


Passo os dias com os olhos num mundo e o coração noutro.
Como se fossem universos paralelos. Curiosamente, o mundo interior faz-me sentir muito mais. Cá fora acontece o trivial. Trabalho, tarefas de pai e entretenimento, muito entretenimento para ver se me distraio do turbilhão de sentimentos que me afoga.
Os dias passam e parece não acontecer nada ou pior, parece que tudo acontece duma forma estranhamente cíclica. Passo constantemente pelas mesmas situações, mas em dias diferentes, com pessoas diferentes ou não. Aparentemente muda o cenário, muda o calendário, muda a estação do ano mas o Inverno teima em não me deixar.
Uma amiga disse-me que quando olhava para mim, me via a chorar por dentro. Que perspicácia. O sorriso faz parte do mudo externo, já que não vem do meu intimo.
Como poderia vir se o meu intimo está afogado em mágoa. Lá no fundo de mim, lugar dos sonhos e das visões maravilhosas, está escuro agora…Como poderei ser eu interessante para alguém. Ninguém gosta de quem chora por dentro. Gostam de quem ri, de quem está alegre e contagia. Também eu gosto…
Assim isolo-me no meu mundo, fecho a porta para quem ninguém veja como sofro. Mas quando alguém mais interessado tenta olhar para mim encontra um olhar aberto mas uma porta fechada., e claro não entram, preferindo a distancia a descobrir o que está cá dentro.
E o que está cá dentro afinal?
Um mundo de visões, pressentimentos e emoções. Sonhos desfeitos e preconceitos.
Reais ou imaginários?
Muito reais para mim.
A vida muda todos os dias mas cá dentro o tempo não existe.
Vejo-te envolvida pelo sentimento, sob o sol ou ao luar.
Sinto as tuas palavras, como um eco que me atravessa, sem forma de pará-las.
Entristeço-me com os teus sonhos e momentos de prazer.
Com os risinhos inseguros enquanto enriqueces o teu saber.
Morro em mim por te sentir, acordado ou a dormir.
E quando nasço queria morrer outra vez porque ainda não foi desta vez que consegui viver sem te fazer sofrer.
Passam os dias, os meses e as estações do ano. E a primavera tarda a chegar para mim.
Tento despir-me das folhas secas. Mas em cada uma eu vejo uma oportunidade perdida.
Olho para o sol lá fora e peço aos céus para me tornarem menos humano. Menos falível.
O sol mergulha no mar, e uma Lua sorridente parece troçar de mim. Estarás tu a ver a Lua de Shiva sem pensar em mim. Eu não consigo. E por muito que me doa olho vezes sem conta. Na esperança de que seja este o ciclo que te traz de volta para mim.
Tudo isto, em mim, pulsando como a própria vida. Para deixar de sentir só se partir.
Mas quando tenho vontade de desistir lembro-me do melhor que me deste. E com o sorriso do meu filho a iluminar a escuridão. Eu fico sem força para partir. E vivo mais um dia, mais uns meses, mais umas estações. Sem viver verdadeiramente, pois estou dividido entre dois mundos que tardam em se encontrar.

28 abril 2006

Atlântida. A Ilha do Amor


Há muito, muito tempo, no meio dum imenso azul...
Os Deuses, que há milénios se amavam enrolados nas nuvens mais fofas, mergulharam para refrescar o calor das almas acesas pelo desejo sem fim.
Ao tocar no Mar, uma aboboda rosea iluminou este lugar escolhido para o mergulho dos Deuses. Nadaram até ao Centro da Terra donde trouxeram a chispa de fogo como representação do calor que inundára os seus corações. Com o fogo nas mãos emergiram jubilantes. No rasto do seu corpo celestial, brotou a Terra seduzida num movimento de ascece, extâse e criação. Ao encontrar o Sol a Terra, feliz, enfeitou-se de florestas verdejantes, animais exuberantes e flores de todas as cores. Do seu intimo fez brotar as águas doces que escorriam pelo seu corpo como leitos de prazer. E com um esperguiçar ergueu no centro um cálice, para que os Deuses ali repousassem. Encantados com a Terra, escolheram esta ilha como o seu palácio. Aconchegaram-se no cume da montanha, deixando o perfume da Natureza acender o fogo que os unia e do beijo mais longo da história surgio um Som...Era o sorriso duma criança, e outras mil em cada suspiro dos Deuses. Filhos do Amor, da Natureza e daquela união divina...Assim eram os Atlantes.

memórias ou sonhos, meus ou da humanidade.
Emergentes do fundo de mim para ti com amor

27 abril 2006

A Dor do Sexo


Se o sexo doi?
Pergunta a pré-adolescente com um olhar inocente.
Em 24 horas num dia penso mais de metade em sexo. Poucas são aquelas em que tenho prazer. Na maioria sinto dor. O meu amor adora o sexo com o amiguinho dela, e só isso doi muito. Passo o dia a imaginar como é com eles...As palavras, os gemidos, o toque, as posições e o suplicio das sensações...O prazer que não consigo dar-lhe ou ou que ela não quer receber.
Se o sexo doi?
Pergunto-me rindo da minha infantilidade. Doi-me o dos outros e muito mais o de quem gosto quando não é comigo. Que infantil diria o meu Mestre. Foram tantos anos a desejar aquele corpo. A compor melodias de prazer com a ponta dos meus dedos, percorrendo cada curva com o entusiasmo da primeira viajem. Descobrindo o cosmos inteiro contido numa pele suave e perfumada, e fundido-me com ela escutando a alegria da Natureza que vibrava...do intimo das células até à mais distante das galáxias...

Já foi assim que senti a dor do sexo. Agora já não doi tanto.
Mas para os admiradores das relações abertas...lembrem-se que só é bom mesmo ser for bom para todos.

25 abril 2006

Liberdade é viver a sonhar


Faz hoje sete anos que recebi da vida a Liberdade de trabalhar no que gosto.
Passo agora pela crise dos sete anos. Faço um balanço do melhor e do pior.
Já aprendi imenso sobre mim e sobre a Naturesa Humana. Mas ainda não sei nada.
Sinto-me como a nossa Liberdade. Jovem imatura mas convicta da sua escolha.
Já apregoei a Liberdade aos sete ventos, mas quando chega a hora de me conseguir EU libertar, encontro amarras de sentimentos: medos, insegurança falta de confiança e até ignorância...a minha mais temida adversária. Mas mais do que não saber eu temo não ser. E esta é agora a minha luta. Uma revolução de flores dentro de mim. Sem sangue com amor e sonhos...muitos sonhos para viver e ser feliz.

23 abril 2006

Eu Sou


Eu sou a mudança constante
como o vento que faz dançar as árvores
sou o som do prazer que me faz vibrar
e estremecer corações
como as onda do mar
quando a rocha firme encontrar
sou o olhar doce, determinado a mergulhar
nas profundezas do olhar que me olha
e lá no fundo deixar um toque de carinho e esperança
que faz brilhar a joia perdida nos labirintos do ser
que anseia como eu a liberdade suprema
sou o calor da chama que herdei do meu Mestre
que aquece o cálice
pronto para receber e perpetuar
o conhecimento milenar

21 abril 2006

a primeira experiência

lembro-me de ter perdido a noção do espaço e mergulhar num único momento de prazer em ser