27 abril 2006

A Dor do Sexo


Se o sexo doi?
Pergunta a pré-adolescente com um olhar inocente.
Em 24 horas num dia penso mais de metade em sexo. Poucas são aquelas em que tenho prazer. Na maioria sinto dor. O meu amor adora o sexo com o amiguinho dela, e só isso doi muito. Passo o dia a imaginar como é com eles...As palavras, os gemidos, o toque, as posições e o suplicio das sensações...O prazer que não consigo dar-lhe ou ou que ela não quer receber.
Se o sexo doi?
Pergunto-me rindo da minha infantilidade. Doi-me o dos outros e muito mais o de quem gosto quando não é comigo. Que infantil diria o meu Mestre. Foram tantos anos a desejar aquele corpo. A compor melodias de prazer com a ponta dos meus dedos, percorrendo cada curva com o entusiasmo da primeira viajem. Descobrindo o cosmos inteiro contido numa pele suave e perfumada, e fundido-me com ela escutando a alegria da Natureza que vibrava...do intimo das células até à mais distante das galáxias...

Já foi assim que senti a dor do sexo. Agora já não doi tanto.
Mas para os admiradores das relações abertas...lembrem-se que só é bom mesmo ser for bom para todos.

1 comentário:

Joana Correia disse...

Nunca me tinha apercebido que esta situação que descreves pudesse passar...
Não é fácil lidar com o sexo como uma coisa não só afectiva...tem tudo e não tem nada!
É tudo mas não é o todo!