23 julho 2010

Dor, solidão e liberdade


Ao serviço da dor
que esconde a verdade
como exército do Amor
buscam a liberdade

Ser livre é mais uma miragem
criada por um ser cansado da viajem
paro quando não posso mais caminhar
e em mim encontro a luz que me faz brilhar

Brilho para os outros
através do meu olhar
qual mercúrio derramado
em busca de se encontrar

É só no seio da dor
que acorda o escritor
escreve para não doer
ama para perder

A velhice apavora-me
Sou jovem por Natureza
A Natureza envelhece
o jovem que nunca fui

Aos 10 perdi o lar
aos 18 fui Pai
aos 30 perdi a Mãe
aos 40 o que serei?

Faço quadras
para me enquadrar
Faço amor
para me aprisionar

O amor é uma prisão
que limita o coração
A dor...
Carrego o mundo nas costas
como Atlas não tenho escolha
como Zeus não tenho destino
como Neptuno não tenho
O amor para amar
ou o Mar para namorar
O que tenho é só um sonho
uma doce ilusão
Dum beijo salgado que me desperte
e liberte da dor de não poder ser